terça-feira, dezembro 27, 2011

domingo, dezembro 25, 2011

Felicitações

aos meus
que repousam
nos braços
de Nosso Senhor
felicidades eternas
meu mano, Orlando
minha mãe, Zefa
meu pai, Oreny
fiquem com Deus
aqui na terrinha
continuamos na luta
xêro nas almas
não entendam
minhas lágrimas
como tristezas
só saudades
breve ficarei bem
amém

Oreny Júnior

sábado, dezembro 24, 2011

Feliz Natal

aqui
não caem
flocos de neve
nem descem
os papais nas chaminés
aqui
os abrigos
necessitam de abraços
os mendigos necessitam de agasalhos
aqui
é verão
de torrar os culhões
vamos festejar
o Natal
doando nosso sorriso
nossas orações
aos necessitados
essa é a melhor festa
banquetes aos pobres
aos nossos irmãos
Feliz Natal
presidiários
enfermos
mendigos
solitários
depressivos
Feliz Natal
desesperançosos
órfãos
viúvas
Feliz Natal
Amém!

Oreny Júnior

sexta-feira, dezembro 23, 2011

terça-feira, dezembro 20, 2011

meu manoel

parabens
seu manoel
meu manoel
parabens
meu poeta
seu poema
é o meu encanto
doutor manoel
parabens
pantaneiro
homem
de riso fácil
manoel
passarinhará
passarinharei
manoel
homem
de
barro
carrega
na
poesia
o canto
do pássaro
seu poema
é um assobio
é uma ninheira
de ovinhos novos
a eclodir
de manhã cedinho
no cheirinho do café

Oreny Júnior

domingo, dezembro 18, 2011

flor felina

árida
parida
ser-
-tão
terra
que
geme
germina
sertão
árida
varrida
sou-
-te
então
parida
por
ti
menina
madrigal
germina
meu
broto
flor
felina

Oreny Júnior

domingo, dezembro 11, 2011

beiço

o
beijo
avuou
beiço
a
fora
ficando
um
palmo
de
língua
a
catar
inseto
qual
sapo
em
beira
de
lagoa

Oreny Júnior

sexta-feira, dezembro 09, 2011

maracatú com caranguejo

brucutú
vamos
dançar
maracatú
de
chico
science
afro
ciber
délico
maracatú
mautner
atômico
lenine
capiba
beberibe
potengy
maracatú
meu
coco
de
roda

Oreny Júnior

sótão

o
pau
que
procuras
está
no
sótão
meu
bem

lado
esquerdo
de
quem
entra
.
.
.
achou?

Oreny Júnior

segunda-feira, dezembro 05, 2011

menu

ristoranti
menu
chateau
pizza
bolonhesa
quero
meu cardápio
tupi
quero cuscuz
tapioca
mungunzá
não
a luz de velas
mas
no cheiro do candeeiro
onde a fumaça
exala a figura
metalinguística
da minha nação
potyguar

Oreny Júnior

sábado, dezembro 03, 2011

mangaieiro

já masquei raspa de marmeleiro
pra parar de cagar
já limpei o cú
com folha de cajueiro brabo
já escovei os dentes
com raspa de juá
já tomei banho
esfregando o pescoço
com caco de telha
já espantei os maus espíritos
com banho de jurema
já pus os ovos de molho
numa bacia pra poder mijar
já vendí meus discos vinil
pra comprar leite pro meu filho
já apanhei manga espada
no sítio da viúva machado
e cajú maria rachada
no sítio do soldado
já mentí
querendo vender a verdade
pra sobreviver
já pus prego
no rabicho da sandália
pra caminhar no rumo da poesia
eu já
juro
que já

Oreny Júnior

terça-feira, novembro 29, 2011

sábado, novembro 26, 2011

boneca de milho

boneca
de
milho
faço
tranças
em você
com
a
espiga
do
nosso
roçado
deixo-te
rendada
com
os bilros
dos nossos dedos
e lambuzada
com o engenho
de tantos carnavais
canaviais

Oreny Júnior

terça-feira, novembro 22, 2011

moço

mosca
uma moça
pousou
no seu colo
moça
uma mosca
pousou
no seu sexo
não pise
me cuspa
moço

Oreny Júnior

domingo, novembro 20, 2011

beija flor

meu beija flor
está sem mel
meu beijo
está sem flor
para o meu beija flor
água com açúcar
para o nosso amor
voo de despedida
de um colibri
sem néctar

Oreny Júnior

sábado, novembro 19, 2011

desconverso

des
converso
este
conto
des
conto
o
verso
desconverso
sem
desconto
as
penúltimas
partículas
não dadas
por sua língua

Oreny Júnior

sexta-feira, novembro 18, 2011

ossos

os
ossos
são
os
ossos
s.o.s
aos
ossos
desosso
sua
carne
lambuzo
seu
peito
deixo

o
osso

Oreny Júnior

sábado, novembro 12, 2011

cálice

cálice
cale-se
não revele
o segredo
desse vinho
bastam
os risos
as felicidades
cale-se
cálice

Oreny Júnior

terça-feira, novembro 08, 2011

revoada

eu ví
uma revoada
de poemas
se assentando
nos gravetos cinzas
de um sertão
de caicó
falava pataxó
potyguar
fez postura
comeu no bico
criou asa
e avuou

Oreny Júnior

terça-feira, novembro 01, 2011

rebento

o meu rebento
é uma canção que se avizinha
que ainda está pra nascer
o meu rebento
é um brado forte
com cordas de aço
em um coração partido
o meu rebento
é essa poesia
sanguinária
louvando as cavalarias de retirantes
o meu rebento
é esse rebanho de famintos
que clamam liberdade
o meu rebento
ah! quem me dera
o meu rebento
é poder saciar essa sede
nos braços da mulher amada
e declamar cedinho
em espumas ondulosas
esse mar de sorrisos
um sorriso de manoel de barros
...deixe que eu quero chegar
!!!!!!!!

Oreny Júnior

segunda-feira, outubro 31, 2011

drummondiana

...neste dia D
uma ave drummondiana
despejou gotas de sementes de poesia
no meu berço
chorei
pedí peito
adormecí
acordei poeta...

Oreny Júnior

sexta-feira, outubro 21, 2011

verbos

na leveza da vida
atentei para um post
onde inicia assim
"despi-me e dispus-me"
aí paro, respiro e penso
quanta sensibilidade, trato, manejo
com as palavras que se fazem versos
e verbos..
comentei no mesmo blog
palavras dispersas
onde o alinhamento provavelmente esteja
longe ou em busca da "felicidade"
...dois verbos num só sujeito,
numa ação direta com o próximo verbo,
amar...

Oreny Júnior

quinta-feira, outubro 13, 2011

uma dose de saudade

na coletividade da saudade
carrego um bando de algas que desfilam
os rios que me levam
igarapés
igapós
baobás
às margens de um piranhas açú
na coletividade dessa saudade
deixo as perdizes
da minha infância
para encontrar-me
com a multicoloridade
dessa fauna centro sul
na coletividade dessa saudade
deixo os acordes da esperança
e ouço um violeiro do pantanal
cantando
ando devagar
porque já tive pressa
e levo esse sorriso...
na coletividade dessa saudade
a poesia
e os abraços são virtuais
meu potengi
meus banhos de mar
tudo
os beijos
que mando pra amada
são virtuais
ouví há pouco tempo
o latido velho e cansado do meu cão
cansado de tanto me esperar...
adormece
durmo com ele
a espera do voo
que me leva
ao nosso uivo
nas asas de uma tal...
felicidade

Oreny Júnior

sexta-feira, outubro 07, 2011

bullying

até os quinze anos de idade
meu pai mandava raspar minha cabeça
e a dos meus irmãos tambem
quando chegava na escola no outro dia
a galera da classe tirava o selo
era cada tapa, chega estalava
nunca adoecí
nem sofria desse tal de bullying
quando criança apelidavam-me de papa figo
isso mesmo
papa figo
nunca adoecí
nem sofria desse tal de bullying
outro apelido
cabeção
p.q.p
cabeção
nunca adoecí
nem sofria desse tal de bullying
hoje em dia
minha nossa senhora
é bullying pra lá
bullying pra acolá
chega dá nojo
é psicólogo ganhando dinheiro a toa
escrevendo até livro sobre esse tal de bullying
nesses tempos "modernos"
e eu só tenho 49 anos
não sou tão antigo assim
está faltando uma coisa somente
educação
educação minha gente
falta roçado pra esse povo
pegar na chibanca e destocar 1 ha de terra por dia
falta esse povo suar a camisa com dignidade
com respeito e amor ao seu irmão
bullying é a ociosidade

Oreny Júnior

segunda-feira, outubro 03, 2011

continente

sou esquina do continente
quase não mais
south america
banho-me nas bacias
duneiras
de jacumã
jenipabú
sou manhã
de cuscuz com sal
sou salinas
sou macau
sou esquina desse continente
brejeiro
sou moleque
cocadeiro
vendí muito din din
sou natal
dizem que fica no litoral
peladeiro
batia bola na praia do forte
hoje
faço gol na saudade
sou esquina
abcedista de coração
conterrâneo de cascudo
o poeta da junqueira ayres
sou esquina
sou menino
arteiro
chorão
traquino

Oreny Júnior

domingo, outubro 02, 2011

palabra

pala
dar
pala
bras
lavra
das
é
ouro
incenso
dos
deuses
pala
vras
ara
das
ao
grão
de
milho
tateio
na palavra
refino
da
poesia

Oreny Júnior

quinta-feira, setembro 29, 2011

domingo, setembro 25, 2011

mesa

sobre a mesa
retratos de família
perfumes
desodorantes
creme para mãos
sobre a mesa
relógio
cadeado
carregador de celular
a bíblia até
sobre a mesa
carteira aberta
cartões jogados pós compra
sobre a mesa
calendário
cachaça envelhecida
crucifixo
com cinco pai nosso
e cinquenta ave marias
sobre a mesa
pente
agenda não usada
remédios
sobre a mesa
computador
mãos solitárias
digitando em busca de um sorriso
sobre a mesa
boletos bancários
lápis
velas pós morte
sobre a mesa
poeira
carregador de celular
celular sem rede
quando meu amor ligar
vai dar em caixa
sinal aqui é ruim
sobre a mesa
um cerra pra unha
tenho um fungo
sobre a mesa
moedas em miaeiro
sobre a mesa
nada

Oreny Júnior

terça-feira, setembro 13, 2011

moça

a poesia
se arreganha
por palavras
qual moça
viçosa
em busca
de rola
do sertão,

Oreny Júnior

domingo, setembro 11, 2011

chenille

ah, como eu queria
dá um cafuné no tempo
pra ele adormecer
e eu dormir
no inverno da
sua montanha
hibernando
em colchas e mais colchas
de chenille
meu trapo
remendado

Oreny Júnior

quarta-feira, setembro 07, 2011

beijo

...quando você tiver
provado do meu beijo
te darei minha língua,

*não pense que é minha palavra*

Oreny Júnior
(para minha filha, Iwska Isadora)

domingo, setembro 04, 2011

aterriso na saudade

cachaça de salinas
ñambú no fogo
teresinha de jesus na vitrola
banho no cachorro
revisito minh'alma
cheiro da amada
escorre na canela
voo me imbora

Oreny Júnior

quinta-feira, agosto 18, 2011

cão

o meu cão
revira as últimas latas
em busca dos últimos ossos
que castigam sua velhice
o meu cão
perde seu olfato
como quem se perde
procurando seu norte
o meu cão
perde o brilho dos olhos
olhos de uma espera
que nunca acaba
eita dono vagabundo
o meu cão rasteja
nossa solidão
o meu cão
não mais uiva
como uiva ginsberg
em busca de trilhas
em estações esquecidas
bravo cão
seus latidos
são meus poemas
seus poemas
serão meus latidos

Oreny Júnior

domingo, agosto 07, 2011

domingo, julho 31, 2011

uma cachaça

uma cachaça
algumas gotas de limão
um brinde aos céus
gonzaguinha na vitrola
ou melhor
no notebook
pen drive
uma cachaça
um só copo
um silêncio
uma cachaça
o arroz no fogo
a carne pra passar
uma cachaça
meia dose
dois silêncios
sem
cios,

Oreny Júnior

sexta-feira, julho 22, 2011

wanted

procura-se
um
umbigo
tenho
informações
que
o
mesmo
foi
enterrado
no
quintal
de
uma
vila
num
cortiço
do
alecrim

Oreny Júnior

segunda-feira, julho 18, 2011

quinta-feira, julho 14, 2011

imaginário

no imaginário da poesia
tateio nos meridianos e paralelos
da sua geografia
transito em capricórnio
navego em câncer
arranho seu equador
no imaginário da poesia
acoberto-me ao seu relento
gotas de orvalho
em polos (ant)árticos

Oreny Júnior

quarta-feira, julho 06, 2011

mefistófeles

mefisto
feles
fela da puta
esse
goethe
a felicidade
em fausto
é varinha de condão

Oreny Júnior

terça-feira, julho 05, 2011

avesso

certa vez meu amigo
você me falou
que gostaria de ganhar o mundo
de ser universal...
pois meu amigo
o universo e o mundo
eu te dou de troco
e viveria feliz
no teu quintal
gargalhando e achando bom
o som da chuva da nossa província...

Oreny Júnior

sábado, julho 02, 2011

cubismo

o vendedor
de cavaco chinês
retrata o cubismo geométrico
de picasso
e a musicalidade
de jackson do pandeiro

Oreny Júnior

segunda-feira, junho 27, 2011

Bukowski

estou sem fósforos
as molas do meu sofá
estouraram
roubaram minha maleta
roubaram minha tela a óleo
de dois olhos rosados
meu carro quebrou
lesmas escalam as paredes
do meu banheiro
meu coração está partido
mas as ações tiveram
um dia de alta
no mercado

Bukowski

sexta-feira, junho 24, 2011

manipuera

maniva
roça
caçuá
raspa
mandioca
prensa
manipuera
goma
fresquinha
passada
na arupema
tapioca
quentinha
direto
de
brejinho

Oreny Júnior

sexta-feira, junho 17, 2011

atrás das palavras

...vamos brincar
de esconde esconde??
-vamos!!
...já!!
até hoje
ninguem me achou
não conte a ninguem
esse tempo todo
fiquei escondido
atrás das palavras...

Oreny Júnior

domingo, junho 12, 2011

Carta aberta à minha namorada

...oi paixão, blz?? mais um dia desses, agora, namorados, como foram anteriores, mães, aniversário de filhos, data de casamento, e como sempre, eu, este ser, eternamente ausente...vamos deixar as queixas de lado e falar de nós dois, sim, nós dois...venho nesta missiva, hoje, eletrônica, com nome de e-mail, de twitter, blog e o caralho a quatro...de longe, daqui desse mato grosso do sul, onde as araras barulham, dizem até teu nome ou apelido, maga, maga...pense numa coisa que dói, chama-se saudade, porra, dói pra caralho, mas como diz pessoa, navegar é preciso...meu sentimento por ti não se resume em palavras, em poesias, em lembretes...simplesmente numa coisa inexplicável, que eu sinto, acredite, uma coisa lá de dentro, sabe...uns chamam de paixão, outros de amor, mas não sei, é uma coisa assim, que gela, arrepia, deixam os olhos brilhosos, o pau duro, sei lá o que mais...é assim, que assim sejamos eternamente felizes...feliz dia dos namorados!!!

Oreny Júnior

segunda-feira, junho 06, 2011

bíblion

bíblion
bíblia
pérgamo
pergaminho
alexandria
o caminho
de kávafis
o reino
da
poesia

Oreny Júnior

quinta-feira, junho 02, 2011

vadia

cansei
de
ser
vadia
vou
dependurar
minhas
calcinhas
nessa
cerca
de
pau
a
pique
meu
varal
catingueiro

Oreny Júnior
(ao dia internacional da prostituta)

domingo, maio 29, 2011

nambú

...de longe
nas marias
as lavadeiras
observam
o voo das nambú
o espanta boiada
pé encarnado
pé amarelo...
vai nambú
busca aquele tempo
de poesia
de pendurico
e borná,

Oreny Júnior

sexta-feira, maio 27, 2011

comedor de calango

...oi meu amigo, venho aqui pedir licença pra escrever essa fala, uma fala de um nordestino, comedor de calango, isso mesmo, comedor de calango, tão bem falado por você...não se chateie comigo não, é que eu sou um pouco sincero, gosto de falar o que sinto, e sinto muito orgulho, de um dia ter podido comer o calango...tijuaçú melhor não há, melhor que galinha caipira...foi comendo calango que aprendí a te oferecer o amigo que sou...foi comendo calango que pude te oferecer o abrigo, um jantar, tão bem apreciado por vosmicê...ser comedor de calango não é desonra, é ser caçador nato, caçador de oportunidades, de trabalho, trabalho, não emprego...ser comedor de calango, é ser um batalhador, é ser um catingueiro, é ter o sertão dentro de si, dentro de todo esse universo...comedor de calango é um homem feliz, pai de família feliz...comedor de calango meu amigo, dá o melhor de si, em todas as situações...posso te oferecer tambem, alem de um bom calango, um bom prato de carne de sol com macaxeira e manteiga da terra, um feijão verde com nata e maxixe, um bom cuscuz, uma boa tapioca com um queijo de coalho, uma boa samanaú, uma boa prosa, um bom verso...pode ter certeza, é com esse calango, que rasga veredas, dunas, sertões, que terás sempre um amigo, que possas confiar, confiar, virtude de poucos...o calango rasteja, um ser réptil, vertebrado, em busca do seu pão...
abraços...

Oreny Júnior

terça-feira, maio 24, 2011

gripe na poesia

meus amores
tô dodói
tô sem condições
de fazer poesia
tomei a vacina tríplice
hn 2
hn 3
anti gripal
sem anti corpos
não imune
as juntas doem
a garganta tbm
analgésicos
chás e comprimidos
febre
corpo quente
sem poesia

Oreny Júnior

sábado, maio 21, 2011

terça-feira, maio 17, 2011

buliçoso

...você me chama
de buliçoso
porque eu bulo com você...
............
eu não enxergo meu bem
eu toco
eu tateio
no seu corpo
............
confesso
foi um belo poema
tatear esse infinito
............
derme
epiderme
vogal
............

Oreny Júnior

menino arteiro

...gostaria de poder ter continuado
o menino arteiro(fazedor de arte),
não um adulto
fazedor de poesia(solitário)...

Oreny Júnior

domingo, maio 15, 2011

feira da cidade da esperança

1 galinha caipira, 22 reais
3 mói de cuento, 2 reais
5 espigas de milho, 2 reais
1 kg de feijão verde, 6 reais
1/2 kg de feijão macassar, 2 reais
1/2 kg de castanha de cajú, 12 reais
giló, maxixe pro meu papagaio, 2 reais
sou feliz na feira da cidade da esperança

Oreny Júnior

domingo, maio 08, 2011

...zefa

oi mãe
tive hoje
no seu túmulo
acendemos quatro velas
eu, a maga, a sua branquela,...
a quarta fica
para os que
necessitam de luz
o iury não foi
ficou dormindo
é um pouco introspecto,
entenda...
estamos bem
núbia chora,
mas se cala
oberla tá um pouco gordo
osmar tqlo
ossian vai bem,
xero
desse chorão
que tanto te ama,
..
.

Oreny Júnior

terça-feira, maio 03, 2011

domingo, maio 01, 2011

diorenysíaco

na poemarqueologia a terra goza no tirraguzo à flor da peletransporte para um estado diorenysíaco!
.......................
Carito(comentário no poema "felicidade geral", postado no Substantivo Plural),

sábado, abril 30, 2011

láctea

rachas
minha
cabeça
ao
meio
feito
caracóis
em
pau
de
seringueira
deixando
o
leite
escorrer,
.
.
.

Oreny Júnior

sexta-feira, abril 29, 2011

felicidade geral

mautner
paêbirú

lula
paulo césar pinheiro
o importante é que nossa emoção sobreviva
massafeira
patativa a flor da pele
banda de pau e corda
flor de cactus
quinteto violado
teca calazans
elomar
nas barrancas do rio gavião
elino julião
o rabo do jumento
alceu, geraldo
brincando de água doce
as margens do velho chico
chico césar
no festival do forte em natal 1981
a lagoa de pitangui desconhecida
...
a felicidade era geral...

Oreny Júnior

sábado, abril 23, 2011

sexta-feira, abril 22, 2011

..meus melhores doces

.confeitos
..cocadas
...dindin's
..meus melhores doces

Oreny Júnior

balcão de bar

no balcão de bar
um papo
dezenas de verbos
quem sabe
um verso
um balcão de bar
histórias
estórias
pouco importa a veracidade
sim
o balcão de bar
cotovelo direito apoiado
e uma atenção
um toque
um violão
de balcão de bar
memórias
um choro
alegres lembranças
em um balcão de bar
um gole
um trago
um gosto
um beijo
em um balcão de bar
a saideira
que nunca termina
em um balcão de bar
até o próximo encontro
camaradas meus
neste mesmo
balcão de bar

Oreny Júnior

vida toda linguagem

Vida toda linguagem,

frase perfeita sempre, talvez verso,

geralmente sem qualquer adjetivo,

coluna sem ornamento, geralmente partida.

Vida toda linguagem,

há entretanto um verbo, um verbo sempre, e um nome

aqui, ali, assegurando a perfeição

eterna do período, talvez verso,

talvez interjetivo, verso, verso.

Vida toda linguagem,

feto sugando em língua compassiva

o sangue que criança espalhará - oh metáfora ativa!

leite jorrado em fonte adolescente,

sêmen de homens maduros, verbo, verbo.

Vida toda linguagem,

bem o conhecem velhos que repetem,

contra negras janelas, cintilantes imagens

que lhes estrelam turvas trajetórias.

Vida toda linguagem --

como todos sabemos

conjugar esses verbos, nomear

esses nomes:

amar, fazer, destruir,

homem, mulher e besta, diabo e anjo

E deus talvez, e nada

Vida toda linguagem,

vida sempre perfeita,

imperfeitos somente os vocábulos mortos

com que um homem jovem, nos terraços do inverno,

contra a chuva,

tenta fazê-la enterna - com se lhe faltasse

outra, imortal sintaxe

à vida que é perfeita

língua

eterna.

Mário Faustino

quinta-feira, abril 21, 2011

nelson rodrigues

(em memória do inesquecível tricolor, homem de teatro, nelson rodrigues...)

...a verdade incontestável é que ninguém ganha da forma como nós ganhamos. as vitórias dos outros são simples, quase sem graça (...) as nossas são cardíacas. as dos outros são previsíveis, esquecidas ao apito do primeiro jogo do próximo campeonato, as nossas são inesquecíveis (...) vão da extrema falta de perspectiva, do máximo sofrimento, da crueldade, ao êxtase, ao épico, ao apoteótico... tudo junto, quase sem fronteiras entre esses opostos"...

Nelson Rodrigues

segunda-feira, abril 18, 2011

mel da cal

sou o mel
da cal
sou cloreto
sal
sol
cimento
sou poeta
de nascimento
sou menino
sou guri
sou mendigo
sou melaço
renascimento
sou do porto
geni
órfão
de rua
sou o mel
da cal
sem teto
sem talento

Oreny Júnior

a fábrica do poema

sonho o poema de arquitetura ideal
cuja própria nata de cimento
encaixa palavra por palavra, tornei-me perito em extrair
faíscas das britas e leite das pedras.
acordo;
e o poema todo se esfarrapa, fiapo por fiapo.
acordo;
o prédio, pedra e cal, esvoaça
como um leve papel solto à mercê do vento e evola-se,
cinza de um corpo esvaído de qualquer sentido
acordo, e o poema-miragem se desfaz
desconstruído como se nunca houvera sido.
acordo! os olhos chumbados pelo mingau das almas
e os ouvidos moucos,
assim é que saio dos sucessivos sonos:
vão-se os anéis de fumo de ópio
e ficam-me os dedos estarrecidos.
metonímias, aliterações, metáforas, oxímoros
sumidos no sorvedouro.
não deve adiantar grande coisa permanecer à espreita
no topo fantasma da torre de vigia
nem a simulação de se afundar no sono.
nem dormir deveras.
pois a questão-chave é:
sob que máscara retornará o recalcado?

Waly Salomão

domingo, abril 17, 2011

lembranças...

...há muitos anos atrás, eu e meu irmão, quebramos um dos vidros da cristaleira, posta na sala da casa, da antiga quadra 51, na cidade da esperança...com a cristaleira quebrada, fugiram a louça, os copos, as histórias, restando conosco agora, somente a poeira da saudade...

Oreny Júnior

segunda-feira, abril 11, 2011

...para quem gosta de se empoeirar com estrelas

...galaxeando com a poetisa iwska isadora, onde fala "para quem gosta de se empoeirar com estrelas", bravo sua luz nessa terra argilosa, de ...ilhões de seres granulométricos, onde a quantidade de estrelas na constelação corresponde ao número de grãos de areia dessa cosmopoesia, digamos 75 septilhões... sem medo de errar, o mesmo número de versos na poesia cosmonáutica desse velho marinheiro... meu amor, perder-se na poeira de estrelas é se achar na eterna luminosidade do deus poético, do deus luz, assim: fiat lux, concebida isadora flor de lis...

Oreny Júnior

domingo, abril 10, 2011

pequenas lembranças de um homem comum

domingo!!!
vem a lembrança
quando papai mandava
eu comprar um galeto abatido na hora
lá na feira...
comíamos com feijão, farinha, arroz, salada de alface...
mamãe fazia com tanto gosto...
éramos felizes
hoje
só lembranças...

Oreny Júnior

sábado, abril 09, 2011

happy birthday to you

abre-se
abril
festejos
happy birthday to you
feliz aniversário
meu amor
abre-se
maio
flores
saudades
brindemos o antes
o agora e o depois...
happy birthday to you

Oreny Júnior

quinta-feira, abril 07, 2011

Ode à Cebola - Pablo Neruda

Cebola
Luminosa redoma
pétala a pétala
cresceu a tua formosura
escamas de cristal te acrescentaram
e no segredo da terra escura
se foi arredondando o teu ventre de orvalho.
Sob a terra
foi o milagre
e quando apareceu
o teu rude caule verde
e nasceram as tuas folhas como espadas na horta,
a terra acumulou o seu poderio
mostrando a tua nua transparência,
e como em Afrodite o mar remoto
duplicou a magnólia
levantando os seus seios,
a terra
assim te fez
cebola
clara como um planeta
a reluzir,
constelação constante,
redonda rosa de água,
sobre
a mesa
das gentes pobres.

Generosa
desfazes
o teu globo de frescura
na consumação
fervente da frigideira
e os estilhaços de cristal
no calor inflamado do azeite
transformam-se em frisadas plumas de ouro.

Também recordarei como fecunda
a tua influência, o amor, na salada
e parece que o céu contribui
dando-te fina forma de granizo
a celebrar a tua claridade picada
sobre os hemisférios de um tomate.
mas ao alcance
das mãos do povo
regada com azeite
polvilhada
com um pouco de sal,
matas a fome
do jornaleiro no seu duro caminho.
estrela dos pobres,
fada madrinha
envolvida em delicado
papel, sais do chão
eterna, intacta, pura
como semente de um astro
e ao cortar-te
a faca na cozinha
sobe a única
lágrima sem pena.
Fizeste-nos chorar sem nos afligir.

Eu tudo o que existe celebrei, cebola
Mas para mim és
mais formosa que uma ave
de penas radiosas
és para os meus olhos
globo celeste, taça de platina
baile imóvel
de nívea anémona

e vive a fragância da Terra
na tua natureza cristalina.

Pablo Neruda

segunda-feira, abril 04, 2011

...não atirem na poesia

...atiram na poesia como atiram em pássaros de arribação...
não matem a língua que vê...
não matem os olhos que falam...
não matem as mãos que pisam...
não atirem na poesia...
os pássaros choram...

Oreny Júnior

quinta-feira, março 31, 2011

quarta-feira, março 30, 2011

quando flor flor, quando dor dor...

quando flor flor quando dor dor muitas vezes se vê diante de infelicidades do cotidiano mas na maioria dessas vezes ela sorri sente-se livre para fazer suas escolhas e isso a conforta conforta a todos todos aqueles que se importam não tem como a imaginar longe das flores cercada de cor e rosas ela vive faz poesia para se descobrir canta e dança para se perder diferente da maioria ela se destaca oscila entre a garotinha sentimental que sonha e a mulher que vive a realidade isa isadora delírio... Luciana da Costa Lopes (à minha filha Iwska Isadora)

sexta-feira, março 25, 2011

terça-feira, março 22, 2011

sábado, março 19, 2011

san josé

san josé
dá-me
um copo
d'agua
que
eu
mergulharei
nesse
mar
de
sertão

Oreny Júnior

janta...

100 g
de café
50 g
de manteiga
1 pão e meio
pra cada
esta era
a janta
da minha infância

Oreny Júnior

sexta-feira, março 18, 2011

"quero ser livre"...

...certa vez perguntaram para uma borboleta, qual a sua maior vontade...sem gaguejar, prontamente respondeu: "quero ser livre"!!!!!!!!!! livre na plenitude, alçando voos que pés aeronáuticos não possam medir, liberdade ainda que tardia...agora a borboletinha voa, voa, voa...seleciona cores às próximas estações: outono, primavera, verão e no inverno agasalhar-me com seus casacos de marca couraça de mãe...

Oreny Júnior
(dedicado à minha mãe zefa pereira de araújo, in memorian...)

domingo, fevereiro 13, 2011

...um velho guerrilheiro

eu ví
um velho guerrilheiro
matar uma aranha
com uma bengala
a aranha ficou atordoada
com a bengalada sofrida
eu ví
a aranha de papo pra cima
seus pelos babando
eu ví
o velho guerrilheiro sorrindo
aliviado
com a morte da aranha
e no manquejar dos passos
despediu-se
dos que estavam à sua volta
eu ví
o velho guerrilheiro barbudo
arrastando-se
dos tiros de guerra
eu ví...

Oreny Júnior

terça-feira, fevereiro 08, 2011

a sombra dos oitizeiros

os oitizeiros
assombram
malassombram
os oitizeiros olham-nos
ali
já houve cantoria pra defunto
os oitizeiros
assombram
a
sombra
dos oitizeiros
são malassombradas
no peso
do caixão
um descanso...
a sombra dos oitizeiros
...um pai nosso
...uma ave maria
a sombra dos oitizeiros
um lamento
um cântico novo
amém
oiticica
pissica
amém...

Oreny Júnior

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

...etílica poesia

walter de edite
belino
zequinha
lacora
cheba
duda
piaba
tião
jorge mário
chico palitó
nino pulga
fedega
...personagens
que se embriagaram
nessa louca
e etílica poesia
...uma dose
e um charme
uma apreciação no tempo
parecia até... querer entender
...personagens
dessa rica e querida
cidade da esperança...
...personagens
parceiros de copo
um ato
uma cena
uma memória
perpetuam-se
nesse vácuo
e divino porre
...de vida

Oreny Júnior

segunda-feira, janeiro 31, 2011

"Que seja doce"



(...) "Que seja doce."
"É sobre amor...Sobre o quanto ele tem me ensinado.Sobre a beleza que nasce da simplicidade.Sobre o que eu desejo deste e pra este amor.Que seja doce...Que seja doce...Que seja doce.Sempre. (...) ‘Que seja doce.’Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo. Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce, que seja doce, que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder.Tudo é tão vago como se fosse nada."

Autor: Caio Fernando Abreu
----------------------
A frase termina com uma vírgula porque não quis colocar reticências (vírgula também diz muita coisa pra mim) e se eu colocasse ponto final, não estaria sendo justa comigo.
Beijo painho, te amo ...
Iwska Isadora, minha filha

Oreny Júnior

quinta-feira, janeiro 27, 2011

barro

o ponto da telha
está na bufa do barro
a taipa
vem do sopapo no barro
eu vim do barro
e no barro
eu vou morar
a poesia é barro em plural
manoel de barros
o passarinho é parente do barro
joão de barro
arquiteto construtor
minha quartinha é de barro
água da fonte
fonte de barro

Oreny Júnior

quarta-feira, janeiro 26, 2011

chuvisqueiro

o chuvisco
na caatinga
adoça
a florada
do meu
próximo
pote de mel
eis-me
nesse cerrado
imaginando
margeando
o jundiaí
o potengi
desaguando
nesse mar
de itans
de gargalheiras
de gargalhadas
chove
chuvisco
respinga
na goteira
da palavra
dessa telha
piranhas
assu
via
natal

Oreny Júnior

terça-feira, janeiro 25, 2011

maga véia

parabens...
hoje é o seu dia...
que dia mais feliz...
é big...
com quem será...
é hora...
valeu maga véia
agora
eu quero bolo...

Oreny Júnior

domingo, janeiro 16, 2011

flor de janeiro

flor de maria
flor de janeiro
flor na pampulha
cor alaranjada
digamos exótica
o meu amor ficou irradiante
quando uma flor nasce
é uma felicidade
que bate a sua porta
deixe-a nascer
deixe-a entrar
seja bem vinda
dona flor
flor de janeiro
flor de maria
flor de um longo sorriso

Oreny Júnior

sábado, janeiro 08, 2011

...dona francisca

dona francisca
jogue um galho
de pião roxo
sobre a cabeça
desse menino
e espante a moleza
os quebranto
mau olhados
...o sinal da cruz
três pai nosso
e uma ave maria...
pronto
o pião ficou murchinho
é olhado!!!!!!
durante o ramo
dona francisca abria tanto a boca...
nossa senhora
rogai por nós
que recorremos a vós...

Oreny Júnior

quarta-feira, janeiro 05, 2011

...vira mundo...gira pião

gira mundo
vira pião
entre a caatinga
e o cerrado
navego no seu litoral
cato esmeraldas
pra te enfeitar
nas conchinhas
ouço seu sorriso
vira mundo
gira pião
nas areias da redinha
ficaram os últimos passos
do nosso carnaval

Oreny Júnior