segunda-feira, junho 30, 2014

tempos redefinidos

eu
sol
sois
vós
sol
sóis
sós
vós
sol

tu
nu
sem
voz
nós
sombreando
ele

Oreny Júnior

sexta-feira, junho 27, 2014

fulôd'umbrejo

numsacocassacoderoçaumaarupemapeneirandoopódopoemaopóqueéféculaquemoídadáumcheiroefeitiçodefarinhamandiocabravagadonãocometapiocaéboadetardezinhacomcaféepoesiacomamaganacalçadarecheadadeumaboaconversasalemanteiganosacodopoemaestáapoesiaencolerisadacomalínguaemsaboresdissaboresmoemoinhoeescorreessemelaçoquelavaorabodoboisacosacolapenduricalhonofundodosacoumpapelembrancosujoescorreapoeiradaestradadechãodandovazãoaoscaminhosdosertãolongedesorientadosignificasemhorizontesemarcoírissóabílisquebeliscaalombrigadomeubuchomecausandocólicasalcoólicasbucólicaschoronoamornostemposdocóleradogaboeosortilégioestánapróximaesquinaondenãoexisteânguloretosócurvasopoemadeumaretamultiformeesteéomangiodessafeirademiudezasnoarmarinhodewalysalomãonouivodoginsbergnoevangelhodosaramagonadulcinéiadoquixotenabeatrizdodantenanoradobloomnacapitúdemachadonamagadeorenyjuniorassim

Oreny Júnior

quinta-feira, junho 26, 2014

belacomoavidaépodersonharcomendopétalasdepoesia

meembebedandodeversosnumemaranhadosreversosfoiassimqueaprendíomelhordavidapoderlereapreciaroqueabelezanosexpõeumaflorumversoumcáliceemecaloefalocomosolhoscomaalmabêbadanumeternotrançadodepernasescrevendopoemasnaareianasestradasengolindoventosedeixandorosasasmargensesquerdasedireitasdiretasencurvadasnumeternofeitiodeagradecimentoaomeudeuspoetaaomeudeusmeninoassimfalandoeorandopoemas
Oreny Júnior

poetry

poet'avô
poet'ry

ver
so
in
melo
péia
em
fano
péia
on
logo
péia
pound
no
verso
poetry
poetavô

Oreny Júnior
(Para Jarbas Martins)

sexta-feira, junho 20, 2014

mel

os
gostares
de
uma
ânsia
escalda
a
água
de
um
desexistir
onde
na
fonte
a
abelha
astuta
descobre
e
inebria
a
flor
de
tanto
gostares
dá-lhe
o
mel
em
troca

Oreny Júnior

segunda-feira, junho 16, 2014

um sorriso no muro

deixei
um
sorriso
escancarado
num
muro
anoiteceu
no
dia
seguinte
encontrei
uma
avenida
de
abraços
circulando
um
poema
com
nome
de
felicidade

Oreny Júnior

quarta-feira, junho 11, 2014

um mar

e quem meu mar não amava ele enamorava
e quem ele não enamorava ele amava
quem enamorava o eu o mar não amava
e se amava e enamorava cuspia o mar
médias baixas altas marolas enamoradas
e namoradas banhadas nas águas do mar
em confusos mergulhos e namoros ambíguos
esse mar desgostava desnamorando desmoronando
os mares de falésias arrecifes e quiosques em taipa
mar de naufrágios naufragados e culpando o mar
a maré é minha e não revolto o mar
essa fé que desfalece sem andar nas águas
afundando em rasas bacias quiçá baías
meu mar merece o poema não meu poema
enamorava a namorada na louca nave
atracada da ressaca de uma inocente caiçara

Oreny Júnior


quarta-feira, junho 04, 2014

vida revivida dividida destemida vida

E como não fui não sendo sendo desde já fui sou assim meio ou quase tudo sendo e tendo a predisposição como arma quando se luta quando se avança sem recuar jamais sou sou-me lúcido louco destemido bravo conhecedor sendo desconhecedor de qualquer e único contexto que me alicia nos baldes dos mares que me navegam sendo homem menino criança bebê fui bebê menino homem sendo tendo os currais como metrópoles o meu quarto o meu eu lúdico sem reinvenção de um nada qualquer onde os voos persistem-me e voo quando as birutas ensinam os invertidos sentidos dos ventos cavalos da chuva temporal atemporal única pode me molhar que as toalhas da vida estarão para me enxugar ou secar-me em teus seios em teus belos óculos olhos divinos magistrais de corpo e alma feminina vida minha vida tua vida nossa vida breve aqui estou descalço sentindo as pontiagudas flores da vida e não encontro outro odor senão o perfume que me inebria que me imberbe alma tecido lã algodão derme nua tua escala da vida solidão fui estrada sou eis-me refrão desregrada mutação de uma estação qualquer verão outono inverno primavera verão e o ciclo se repete no vórtex em ângulos caleidoscópicos espelhos imaginários imagine você eu aqui inserido sendo tendo o que este quintal me oferta em papéis de orquídeas o roseiral da nossa permissão permitida emoção da vida

Oreny Júnior

terça-feira, junho 03, 2014

o trem da vida

você se alembra quando eu pidí que vosmicê ispiassi ou iscutassi o trem passando aqui riba de nóis pois intão o trem passô sô e argora num tem um outro de vorta na vida o que mais tem é ida pois o "v" não é da vorta e sim que já passô mais venha cá iscute dois matuto não se discute nós somo da roça criado na casca do mio na baga do sabugo parece que foi onte que nóis dois dizia quando crescer quero ir pro exerço ou morá na carpitá que pru mode de ser dotô pois intonce meu irmãozin o trem da vida passô a lida da roça fez com que agente se isquecesse que o amanhã é já e não que o amanhã é amanhã qui vai demorá a demora só ixiste pra gente se decidir entre um piscar e outro do olho o trem passa mas vixi como esse trem avoa sim cumpade o trem da vida avoa mais avoa muito que agente num consegue pegar nem c'um tiro de uma garrucha e então cumpadi o que nóis teremo pra contá o que foi qui nóis fizemo da nossa vida in vida sei não meu cumpadi o mió é agente imbruiá nosso fumo iscutá o ringido da rede tumá nosso café feito na lenha ouvir o canto do passarin e fazer uma moda de viola que é pra nóis se alegrá nóis não temo relojo nóis não temo meta nóis não temo gordura pra gente se preocupá quando o tempo ou o rio cismar de nóis pegar que pegue feito água de correnteza que leva os garranchos sorto no rio feito foia seca que aduba o chão mesmo assim avoa avoa e avoa feito alma penada ou ave de arribaçã assim somos nóis assim fomos feito pra viver

Oreny Júnior

segunda-feira, junho 02, 2014

o deus da frasqueira

na terra do nunca no mundo encantado da tribo poty uma bruxa encanta o mundo nórdico e se encanta pintando uma tela com a perna canhota desenhava e desdenhava da formalidade humana os preceitos e estilos estilosos de como se jogar em gramados em arenas em estádios em vielas em becos em submundos num mundo de alegorias onde o riso era o prato principal dessa vila de um rei provinciano cascudiano na batalha de riachuelo marujo aprendiz subia um morro branco onde ficava o quintal de um povo abc daí pulou no mar nadou milhas náuticas botafoguenses tricolores fluminenses new cosmos e bailou como se baila lançando-se e os véus loiros de um povo galego roquense irreverente e se atracou na vila poty na baía de uma redinha caiçara riachuela de gingas e tapiocas baiacús na vara chagas marinhas marinho chagas o deus da frasqueira

Oreny Júnior