terça-feira, julho 31, 2012

..tempo.,

.e os dias?? não sei!
..muito menos as horas!! falam em 60' 60'', em 365 degraus, leões a serem abatidos dia a dia.. na agenda, anotações, a fazer.. o imprevisto não se anota, não se agenda.. é o que vale.. a Clarice responde, não vive-se o invivível..
...o meu amor fala ao telefone, painho! gostaria de ganhar um livro do Manoel de Barros, "memórias inventadas".. deve ser belo, como é o autor.. atualmente sou invasor do seu estado, de graça!!
.e os dias?? sei!
faltam algumas horas pra rever o meu amor.,
....amor em doses homeopáticas, qual fruto de época, avizinhando-se as chuvas dos cajús.. colherei flores das mangueiras pra te presentear... acabou a sazonalidade!!
..é questão de fuso!!

Oreny Júnior

quinta-feira, julho 26, 2012

Manoel de Barros

O rio que fazia uma volta
atrás da nossa casa
era a imagem de um vidro mole...

Passou um homem e disse:
Essa volta que o rio faz...
se chama enseada...

Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.

Manoel de Barros

terça-feira, julho 24, 2012

..gargalheiras.,

..

..as gargalhadas são os sorrisos da alma molhada, o espelho das águas, dilacerando veias, neurônios..suavizando os pelos, alegrando os olhos..das carrancas do gargalheiras, afundei num lúdico sertão que não sofreria mais de sede..que todos seus copos transbordariam em lâminas e lâminas d'agua..que nossos corpos suavam e pelos poros nos penetrávamos, fazendo crateras, ilhotas, açudinhos..
...imaginemos, como a cadela baleia, fartando-se do preá..meu grande sertão...gargalheiras..bacia d'agua do meu caicó, que banhou minha mãe..
.gargalhadas, gargalheiras, cordilheiras..andinas, medievais..

Oreny Júnior

segunda-feira, julho 16, 2012

..bicho da seda.,


..,

..tecer a alma com as estruturas que lhe são peculiares: tempo, eleição de prioridade, projeto.. antever-se no processo de tecelão, de uma ferramenta supra importante, a alma.. lí recentemente na capa de um livro, "ostra feliz não faz pérolas", porque?? imagino,.o silêncio, o resguardo, a introspecção, a não publicidade de si, talvez sejam insumos para a confecção da pérola!!
...teias em aranhas, em bichos da seda, em mim, nesse meu emaranhado de espelhos(caleidoscópio), olhando-me, perguntando-me, qual a vereda, qual o rosto ideal, qual a próxima ruga ou o poço do rejuvenescimento?..
.em teias, em transparências, em objetos for export, cuidado é frágil, sou-me não tecido, algodão, seda..
..sou bicho!!!

Oreny Júnior

domingo, julho 15, 2012

..não sou escriba do rei.,

..não sou escriba do rei,
não dito lei
cumpro-a,
diante da mulher amada
sou seu servo,
que seja plebe
que seja corte,
não sou escriba do rei,
cito poesia
em cabarés
louvando espíritos
que outrora
derramaram seus prazeres.,
não sou escriba do rei,
sequer justiceiro
atirando a toa
paladinos
robin hood
jerônimos.,
não sou escriba do rei.,
sou seu des(lei)xo,

Oreny Júnior

sexta-feira, julho 13, 2012

..incesto.,

..descontínuos passos, permeando os fluxos das imaginações em vilas, vielas, lugarejos, condomínios, desertos..olhares físicos, digamos, ótica, crista da onda..passos descontínuos, não formadores de polígonos, onde a fresta é o mar revolto..
.tenho saudade da minha juventude, quando muito cedo ou no tempo certo fui pai..nazi descascou laranja para iury, há algum tempo atrás! quando o beco era o beco e as ratazanas faziam parte da coletividade..
..jaz, epitáfio, poemas em pedras frias não me emocionam, jamais!
...descortino, o pano cai, a festa acabou..trânsito mudo, bares fechados..on the road agora é moda!
,o foda são as vírgulas para quem não deseja continuar, detesto a gramática..
..se o tempo é o senhor do meu destino, peço parada, desço!


Oreny Júnior

terça-feira, julho 10, 2012

..cios ociosos.,

..arreios nos meus rios
que me sangram,
.de arrepios
os cios
que me enganam..
sextos,
sétimos
sexos off line
em cios
ociosos
em ócios
desenganos.,

Oreny Júnior

segunda-feira, julho 09, 2012

..todos os lugares,

,nenhum lugar é tão complexo quanto o seu interior, ele é urbano, rural, mata fechada, em horários de picos, buzinas, stress, sossego, hiberno, inverno, verão..nenhum lugar é tão reservado quanto o seu interior, querendo-o é um sertão, imagine!!
.nenhum lugar é tão público quanto o seu interior, a todo momento estarás na boca do povo, em metros e metros de línguas afora.,basta não termos amor próprio, pois, estaremos no foco das humilhações.,
..nenhum lugar e todos os lugares somos nós, somos as nozes a procriar e a nos esterilizar-mos.
...viva os lugares, a alma com seus afluentes, sempre irrigando os destinos e os passos, descalços, in calços.,
até o próximo desparágrafo,

Oreny Júnior

sexta-feira, julho 06, 2012

..no ocaso

vai-me
vou-te
esvai-me
seu vazio
nosso oco
fechamos os olhos
no ocaso
e ele dormiu
perdemos a foto
em amarelo e negro
foi-se
foice
o corte
no nosso beijo.,

Oreny Júnior

quarta-feira, julho 04, 2012

..particularidades.,

..
..ontem carreguei a emoção a tiracolo, debaixo dos braços, na raiz da mente, na sala do coração.,hoje a carrego com metas, cronogramas, programações, chamando-a até de um diferente nome, razão!! que razão é essa se a vida se renova a cada momento?., melhor chamarmos de emoção!!.. ou dar um apelido, sei lá o que! só digo uma coisa, que seja recheada de uma boa dose de pimenta, dessas que queima até o núcleo do ovo em voo..
..quando saí de casa em viagem, deixei o bebedouro do beija flor cheinho de água com açúcar, é o meu jardim artificial, no resgate das flores que não plantei no passado..
.concluindo: nos desparágrafos da vida, abandono a emoção, para poder viver., plantando pedras!!
..

Oreny Júnior

domingo, julho 01, 2012

Cascudiano's

..lado a lado na escrivaninha do meu silêncio, um duelo na literatura, câmara cascudo e saramago, esses mares, atlânticos, pacíficos, universos de sais..os oitões, as províncias, os quintais, postos aos olhos e a alma desse pequeno leitor..uma afronta, ler sem medo o "evangelho segundo jesus cristo", ler com alma "gente viva"..e viva!!! essa minha segunda mulher, in literata!
..no esboço da vida, carrego essa mala comigo, sem cadeado, posta ao público, sem privacidade, essa alma vagabunda, mendigando um sorriso..
..meus pequenos potiguares, como estarás?
.saudades já não tenho, sinto, é como o amor, somente sentir, deixando-se morar, enamorar nas frágeis naus mediterrâneas..
...vem-me, cascudo, saramago, aguçar esse comedor de rapadura,..esse mortal, provinciano nato, relutando na sobrevivência do sol romântico,.
..ver-me, no sulco de um olhar, esse copo que vaza, saudades..e nada mais!!

Oreny Júnior