quarta-feira, agosto 27, 2014

doce sal

des
mamo
a
salmoura
e
filtro
o
mar
que
mamo
separando
o
lago
de
um
mar
doce
sal
na
tal
potengy

Oreny Júnior

quem's

quem
me
ver
ás
quem
me
ter
ás
quem
me
ler
ás
quem
me
ser
ás
quem
?

Oreny Júnior

mortu's

que 
caia
meu
corpo
.
mas
não
caia
minha
lágrima
.
que
ceguem
meus
olhos
.
mas
não
morra
minh'alma
.
que
apaguem
meus
passos
.
mas
não
rasguem
os
cadernos
de
poesia
.
que
me
atirem
aos
leões
.
mas
não
desliguem
a
canção
de
um
sonho
.
eu
não
quero
ter
razão
.
quero
ser
feliz

Oreny Júnior

araruna's

o
saci
bafora
seu
cachimbo
rodopiando
no
terreiro
o
bumba
meu
boi
fecha
o
ciclo
360º
num
piscar
de
olhos
chico
daniel
faz
teatro
com
baltazar
e
deífilo
gurgel
cascudo
do
alto
da
varanda
sorrir
olhando
as
sereias
do
seu
potengy

Oreny Júnior
(ao dia nacional do folclore)

écran's

re
tiro
dos
meus
olhos
os
agouros
tersol
remelas
maus
olhados
querências
e
ponho
as
pupilas
e
os
sonhos
das
suas
re
tinas

Oreny Júnior

findu's

findo
olho
no
fio
do
teu
caolho
olhas
me
desa
percebendo
fim
dando
o
prisma
no
seu
olhopoema

Oreny Júnior

geometria's

quando
a
geometria
têxtil
fez-me
rudia
nesse
trópico
superior
e
no
volume
da
quartinha
enchí
os
mares
dos
meus
sonhos
lavados
e
enxaguados
nos
açudes
e
terreiros
dessa
poesia

Oreny Junior

açoite's

quem
se
quer
que
não
me
queira
pois
o
açoite
do
tempo
sombreia
um
irreal
desenho
de
detalhes

Oreny Junior

quarta-feira, agosto 06, 2014

retalhu's

levi's
dior
lacoste
boss
osmoze
adidas
nike
colcci
polo
calvin klein
armani
.
retalhos
da
escravidão

Oreny Júnior

tempu's

quando
a
dor
do
calço
soletra
a
distância
da
estrada
sílaba
após
sílaba
o
chinelo
permeia
o
rabicho
no
sorriso
do
tempo

Oreny Júnior

êxodu's

um
ê
xo
do
de
mim
fu
gin
do
as
sim
sem
ras
tro
de
es

ria

Oreny Júnior

quinta-feira, julho 24, 2014

caricriatura

coando o café da noite flui junto o café quando criança quando comia com meus irmãos o pão francês um pão e meio um pão e meio com alegria sem saber o que nos aguardava se meio pão ou dois pães o cinema passou num curta assim 30 segundos e as paisagens vieram a tona deixada pelo aroma da bebida fresca qual nossas idades nossos tempos que passam na velocidade do vento e assim fomos assim somos adultos crianças saudosas de incertezas quando as escadas de caracóis teimam em continuar no cheiro do café na fluidez do rio dos líquidos que evaporam feito palavras que se dispersam feito beijos que secam e passamos os dedos nos lábios e encontramos somente solidão a solidão de um ferreiro na moldagem da ferramenta na brasa do fole no lambe lambe do retrato de rua no malabarismo das crianças nos semáforos que abrem rapidamente o café foi coado a bebida foi tomada e a vida segue entre distâncias entre lembranças entre risos entre lágrimas a vida segue frequentemente intermitentemente a vida segue com as despedidas dos heróis que acreditávamos no amor de diadorim na fé cega de um antonio conselheiro num auto da compadecida de ariano o café queima as pontas dos dedos da língua da sola dos pés das caminhadas avante

Oreny Júnior

sexta-feira, julho 18, 2014

dernadontonte

dernadontontenãofoiontemnemontontedernadontonteédernasemdeixarnemsendoontontesimplesmenteassimdernadontonteumpassadoouummuseudeimaginaçãodotempodernaadocicandoumolharnocéuaprocuradosponteirosdeumrelógioquenãoparaquenãomarcasócorreentoncecomopossosabersedernadontontefoiontemouseseráofuturodeumpresentesendodernadontontehojebastasermarsercéuestrelaalumiandoosolhosdomeubemsollunar

Oreny Júnior

segunda-feira, julho 14, 2014

lingerie preta

quando o horizonte era tecido de lingerie preto e pernas brancas loiras azuis quando a escada era o diferencial da ânsia púbica e trepava-se subia-se na escada rumo ao pico do desejo incontido de um auto-sexo flagelo maneta delírio punheta e os garotos do cortiço subiam escondendo-se no retrato frechal de uma cobertura de periferia e as loiras despiam-se seios bundas bucetas sopravam o vento de uma liberdade observada pelos garotos manetas pela velha adalgisa frechal goiabeira guarda roupas eram as arquibancadas de ricos geraldinos onde as loiras despiam-se sob o olhar de santa rita de cássia de santa cruz de uma parte profana lúdica real satisfatória adolescências risonhas écrans porno belo em frontes de fontes jocosas os leites derramavam cérebro a dentro em esperanças respiradas ufa ufa e rebobinava-se o filme mesmo cenário lanternas pipocas e um lance dado lance de dados mallarmé heróico erótico perfume francês

Oreny Júnior

sexta-feira, julho 11, 2014

lábius

beijos soam nos lábios em batom com bola em lábios inferiores superiores lábios doce cor morango gelatinando no visgo viscoso desse mel de desejos sonhando no pau sonâmbulo em pêndulo entrincheirando seu vértice sua cova sua cava no curral dessa vaca babando o capim com sal do ébano de orpheu nu jardim onde os ratos sofejam a doce melodia da meia noite ratazanas desmaiam e amanhece o sol amarela o vermelhidão da noite anterior e a cidade cheira e não encontro os dormentes da linha férrea onde pudesse envenenar-me com os cogumelos úmidos que teimaram em renascer e marcar um novo encontro quando os lábios não mais se conheciam e as tetas não acendiam em ângulo reto mostrando o norte do cabaré da morte

Oreny Júnior

segunda-feira, julho 07, 2014

ah há abraços

ah
braços
braços
a
braços
a
conchego
chamego
nos
seus
braços
em
meus
braços
nos
nossos
abraços

Oreny Júnior

quinta-feira, julho 03, 2014

vômito

vomito
o
diário
em
diarreia
que
me
arrêia
feito
burro
empancado
o
vômito
diário
em
um
aborto
gástrico
que
me
ruiu
que
me
pariu
sob
a
banca
da
feira
no
vômito

Oreny Júnior

quarta-feira, julho 02, 2014

malassada

malassada
salada
mala
sala
assada
alas
mal
assada
malassada

Oreny Júnior

só.lido

piolho
bicho de pé
frieira
chanha
caspa
tersol
asma
bronquite
unha encravada
chulé
foram meus companheiros na minha infância
.
hoje
adulto
sofro de solidão
.
saudade da minha infância

Oreny Júnior


segunda-feira, junho 30, 2014

tempos redefinidos

eu
sol
sois
vós
sol
sóis
sós
vós
sol

tu
nu
sem
voz
nós
sombreando
ele

Oreny Júnior

sexta-feira, junho 27, 2014

fulôd'umbrejo

numsacocassacoderoçaumaarupemapeneirandoopódopoemaopóqueéféculaquemoídadáumcheiroefeitiçodefarinhamandiocabravagadonãocometapiocaéboadetardezinhacomcaféepoesiacomamaganacalçadarecheadadeumaboaconversasalemanteiganosacodopoemaestáapoesiaencolerisadacomalínguaemsaboresdissaboresmoemoinhoeescorreessemelaçoquelavaorabodoboisacosacolapenduricalhonofundodosacoumpapelembrancosujoescorreapoeiradaestradadechãodandovazãoaoscaminhosdosertãolongedesorientadosignificasemhorizontesemarcoírissóabílisquebeliscaalombrigadomeubuchomecausandocólicasalcoólicasbucólicaschoronoamornostemposdocóleradogaboeosortilégioestánapróximaesquinaondenãoexisteânguloretosócurvasopoemadeumaretamultiformeesteéomangiodessafeirademiudezasnoarmarinhodewalysalomãonouivodoginsbergnoevangelhodosaramagonadulcinéiadoquixotenabeatrizdodantenanoradobloomnacapitúdemachadonamagadeorenyjuniorassim

Oreny Júnior

quinta-feira, junho 26, 2014

belacomoavidaépodersonharcomendopétalasdepoesia

meembebedandodeversosnumemaranhadosreversosfoiassimqueaprendíomelhordavidapoderlereapreciaroqueabelezanosexpõeumaflorumversoumcáliceemecaloefalocomosolhoscomaalmabêbadanumeternotrançadodepernasescrevendopoemasnaareianasestradasengolindoventosedeixandorosasasmargensesquerdasedireitasdiretasencurvadasnumeternofeitiodeagradecimentoaomeudeuspoetaaomeudeusmeninoassimfalandoeorandopoemas
Oreny Júnior

poetry

poet'avô
poet'ry

ver
so
in
melo
péia
em
fano
péia
on
logo
péia
pound
no
verso
poetry
poetavô

Oreny Júnior
(Para Jarbas Martins)

sexta-feira, junho 20, 2014

mel

os
gostares
de
uma
ânsia
escalda
a
água
de
um
desexistir
onde
na
fonte
a
abelha
astuta
descobre
e
inebria
a
flor
de
tanto
gostares
dá-lhe
o
mel
em
troca

Oreny Júnior

segunda-feira, junho 16, 2014

um sorriso no muro

deixei
um
sorriso
escancarado
num
muro
anoiteceu
no
dia
seguinte
encontrei
uma
avenida
de
abraços
circulando
um
poema
com
nome
de
felicidade

Oreny Júnior

quarta-feira, junho 11, 2014

um mar

e quem meu mar não amava ele enamorava
e quem ele não enamorava ele amava
quem enamorava o eu o mar não amava
e se amava e enamorava cuspia o mar
médias baixas altas marolas enamoradas
e namoradas banhadas nas águas do mar
em confusos mergulhos e namoros ambíguos
esse mar desgostava desnamorando desmoronando
os mares de falésias arrecifes e quiosques em taipa
mar de naufrágios naufragados e culpando o mar
a maré é minha e não revolto o mar
essa fé que desfalece sem andar nas águas
afundando em rasas bacias quiçá baías
meu mar merece o poema não meu poema
enamorava a namorada na louca nave
atracada da ressaca de uma inocente caiçara

Oreny Júnior


quarta-feira, junho 04, 2014

vida revivida dividida destemida vida

E como não fui não sendo sendo desde já fui sou assim meio ou quase tudo sendo e tendo a predisposição como arma quando se luta quando se avança sem recuar jamais sou sou-me lúcido louco destemido bravo conhecedor sendo desconhecedor de qualquer e único contexto que me alicia nos baldes dos mares que me navegam sendo homem menino criança bebê fui bebê menino homem sendo tendo os currais como metrópoles o meu quarto o meu eu lúdico sem reinvenção de um nada qualquer onde os voos persistem-me e voo quando as birutas ensinam os invertidos sentidos dos ventos cavalos da chuva temporal atemporal única pode me molhar que as toalhas da vida estarão para me enxugar ou secar-me em teus seios em teus belos óculos olhos divinos magistrais de corpo e alma feminina vida minha vida tua vida nossa vida breve aqui estou descalço sentindo as pontiagudas flores da vida e não encontro outro odor senão o perfume que me inebria que me imberbe alma tecido lã algodão derme nua tua escala da vida solidão fui estrada sou eis-me refrão desregrada mutação de uma estação qualquer verão outono inverno primavera verão e o ciclo se repete no vórtex em ângulos caleidoscópicos espelhos imaginários imagine você eu aqui inserido sendo tendo o que este quintal me oferta em papéis de orquídeas o roseiral da nossa permissão permitida emoção da vida

Oreny Júnior

terça-feira, junho 03, 2014

o trem da vida

você se alembra quando eu pidí que vosmicê ispiassi ou iscutassi o trem passando aqui riba de nóis pois intão o trem passô sô e argora num tem um outro de vorta na vida o que mais tem é ida pois o "v" não é da vorta e sim que já passô mais venha cá iscute dois matuto não se discute nós somo da roça criado na casca do mio na baga do sabugo parece que foi onte que nóis dois dizia quando crescer quero ir pro exerço ou morá na carpitá que pru mode de ser dotô pois intonce meu irmãozin o trem da vida passô a lida da roça fez com que agente se isquecesse que o amanhã é já e não que o amanhã é amanhã qui vai demorá a demora só ixiste pra gente se decidir entre um piscar e outro do olho o trem passa mas vixi como esse trem avoa sim cumpade o trem da vida avoa mais avoa muito que agente num consegue pegar nem c'um tiro de uma garrucha e então cumpadi o que nóis teremo pra contá o que foi qui nóis fizemo da nossa vida in vida sei não meu cumpadi o mió é agente imbruiá nosso fumo iscutá o ringido da rede tumá nosso café feito na lenha ouvir o canto do passarin e fazer uma moda de viola que é pra nóis se alegrá nóis não temo relojo nóis não temo meta nóis não temo gordura pra gente se preocupá quando o tempo ou o rio cismar de nóis pegar que pegue feito água de correnteza que leva os garranchos sorto no rio feito foia seca que aduba o chão mesmo assim avoa avoa e avoa feito alma penada ou ave de arribaçã assim somos nóis assim fomos feito pra viver

Oreny Júnior

segunda-feira, junho 02, 2014

o deus da frasqueira

na terra do nunca no mundo encantado da tribo poty uma bruxa encanta o mundo nórdico e se encanta pintando uma tela com a perna canhota desenhava e desdenhava da formalidade humana os preceitos e estilos estilosos de como se jogar em gramados em arenas em estádios em vielas em becos em submundos num mundo de alegorias onde o riso era o prato principal dessa vila de um rei provinciano cascudiano na batalha de riachuelo marujo aprendiz subia um morro branco onde ficava o quintal de um povo abc daí pulou no mar nadou milhas náuticas botafoguenses tricolores fluminenses new cosmos e bailou como se baila lançando-se e os véus loiros de um povo galego roquense irreverente e se atracou na vila poty na baía de uma redinha caiçara riachuela de gingas e tapiocas baiacús na vara chagas marinhas marinho chagas o deus da frasqueira

Oreny Júnior

sábado, maio 31, 2014

am puta

a
puta
amputa
um
desejo
da
dona
de
casa
querendo
ser
puta
mas

lhes
ensinam
o
caminho
da
igreja
ela
grita
eu
sou
profana
não
quero
ser
santa
quero
ser
puta

Oreny Júnior

quinta-feira, maio 29, 2014

h íato

quando
a
flor
cruzou
o
hiato
a
palavra
deixou
de
ser
dita
e
virou
essência
composta

Oreny Júnior

catamarã

catamarã
catando
águas
para
navegar
catamarã
os
capitães
atracam
suas
naus
no
porto
deserto
de
amor
catamarã
bandeiras
a
meio
pau
celebram
a
solidão
de
um
rio
sem
catamarã

Oreny Júnior


circu's

qual
a
distância
entre
o
arena
das
dunas
e
o
josé
pascoal
de
lima
.
qual
a
distância
entre
o
arena
das
dunas
e
o
juvenal
lamartine
.
qual
a
distância
entre
o
arena
das
dunas
e
o
machadão
.
a
hipocrisia
a
idiotice
.
os
pães
e
os
circos
são
os
mesmos
.
o
que
muda
é
a
roupa
do
palhaço

Oreny Júnior

a braços

e
quando
braços
formam
a
braços
quando
artigos
e
preposições
formam
à
craseado
casado
contigo
num

abraço

Oreny Júnior

quarta-feira, maio 28, 2014

avoante

sobre
a
voante
o
bem
te

belisca
o
cocuruto
do
gavião
.
veja
a
beleza
e
a
leveza
das
penas

Oreny Júnior


sábado, maio 24, 2014

Fantasmas

Numa manha manhã de sexta feira os olhares desapercebidos percebiam o ontem viajado há longíquas léguas de uma solidão à fora sem direito a réplica ou a negra de três de uma partida indecidida e esta sexta feira onde os fantasmas eram a presença certa parando até os ponteiros do que um dia foi relógio sem demarcação de tempo pois este tempo não mais me pertence nem tanquanto aos coadjuvantes que encenam minha novela novelo de lã destosada de peito nú de alma crua de uma diva cruel solidão sexta feira quando contive-me o balé encenava a dança de salão cabaré dama de vermelho e o fantasma amigo olhava-me falando para o seu interior quero dançar com meus fantasmas quero percorrer todos recantos da casa velha onde as teias seguram as xícaras de um café que um dia foi sabor de jardins abandonados gatos fugidios fujões do silêncio unilateral corpo rígido um pai nosso uma ave maria do céu um poema em forma de unção cadeiras birôs porcelanas sem uso bíblia aberta sem leitura revistas com notícias decanas conversas temas dadivosos vaidade eclesiastes atenções voltadas para o silêncio que barulhava mais que o monólogo sujeito ainda vivo e os fantasmas divididos de saudades e solidões amores definição de um verdadeiro amor onde o tempo será o melhor bouquet de flores alecrins cheirosas rosas de mandacarú de um seridó cansado os fantasmas sentam respiram a dança de salão um abraço um desejo um até logo voltaremos no inverno pra hibernarmos juntos as danças e os fantasmas do nosso convívio amém solidões amém fantasmas breve percorreremos os nove anéis de dante virgílio beatriz meu deus fantasma meu fantasma deus

Oreny Júnior

quinta-feira, maio 22, 2014

Escafandro

o
escafandro
não
mergulha
num
fundo
de
rios
o
escafandro
fica
preso
num
raso
de
risos

Oreny Júnior

terça-feira, maio 20, 2014

Alice IV

.alice
marina
morena
alice
traquina
poeta
não
sei
o
seu
nome
digamos
morena
menina
alice,

Oreny Júnior

Bordando

.bordo 
os
casacos
que
aprendí
a
vestir
protegendo-me
dos
frios
bordéis
da
vida
os
dedos
carregam
calos
dos
bilros
trançando
os
novelos
fios
frios
sonhos
de

bordo.

Oreny Júnior

Alice III

.nasceu
meu
novo
POEMA
.
a
boneca
ALICE
nasceu
.
seja
bem
vinda
ao
reino
da
POESIA
.
boneca
ALICE

Oreny Júnior
(.para minha NETA, que acabou de nascer)

Alice II

.e 
quando você se redescobre
que aos cinquenta e um anos de idade
se enamora, sente-se namorando
apaixonado por uma plebéia
ah, paciência
ah, um lince
ah, um lance de dados mallarmaico
ah!
chega de mistério
o nome da namorada
é
.
.alice
aliciou-me
.e
endoideceu meu coração
.e
virei criança outra vez
passeando no bosque,
e.

Oreny Júnior

Jesus Cristo

Iesus Kristos, venho neste dia te desejar um Feliz Aniversário, dentro do calendário que me des.ensinaram, 2013 anos de sofrimento, pelo menos foi o que a Igreja impôs e vem impondo aos in.crédulos, vendendo sua imagem, passagem, dor, sangue nas mãos, no pé da canela, dividindo em parcelas sem juros, no cartão, no cheque, só não vale na palavra, amanhã eu dou!
Iesus Kristos, filho da caverna, buraco, manjedoura, ovelhas, reis magos, estrelas, maria não suja de sangue, só o Divino Espírito Sangue?
Iesus Kristos, a tua palavra, os teus ensinamentos, me libertam, desde os amigos que lutaram na busca da liberdade, fugindo das injustiças, das tiranias, vendo-te no rio araguaia, na sierra maestra, e hoje ainda, nas carvoarias, nos rincões sertões sofridos, esperando chuva e mesmo assim, nossos corações não estão áridos, sempre aguardando(??) um novo dilúvio?
Iesus Kristos, quanta enganação dos teus apóstolos, onde a mídia vende, vende e vende, pois, teu povo não lê, não interpreta, não discorda, é só amém, amém, amém.
O meu Iesus Kristos, que creio, que vive em mim, vive, templeia, roga, expressa, sorrir em toda vida, a todo momento, pois, a saúde que me dás é o suficiente pra lutar e sempre agradecer o filho que tens.
Beijos, Iesus Kristos, e um Feliz Aniversário!

Oreny Júnior

Alice

alice
mamadorme
dormemama
alice
dormemama
mamadorme
alice

Oreny Júnior

Sereia

sereioseumaramadoevocêminhaamadasereia

Oreny Júnior

Ontem

hoje
é

eu
em
mim
é
sol
eu
e
mim
o
hoje

passando
passou
desde
o
início
do
poema
não
sou
mais
eu
em
mim
fui
o
sol
que
deixei
passar
em
mim
hoje

Oreny Júnior

Outrora

nas
marias
meu
pai
caçava
perdizes
rolas
em
casa
minha
mãe
o
esperava
com
a
caçarola

Oreny Júnior

Quero ver a beleza do amor

quero ver a beleza do amor
- quando estivermos cagados e vomitados em cima da cama
quero ver a beleza do amor
- no trocar das fraldas
- no banho diário
- na atenção
- na paciência, quando o alzheimer chegar e a memória sumir, e eu não saberei mais quem és
quero ver a beleza do amor
- quando dissermos, o sol não é amarelo, o amarelo do girassol, escancarados qual nosso sorriso
quero ver a beleza do amor
- quando nossos pentelhos estiverem brancos, e mesmo assim, acharmos lindo a sua cor, o seu grisalho, é fácil ver a beleza do amor nos seios durinhos, bundinha empinadinha, pau duro
quero ver a beleza do amor
- quando estivermos sóis, abandonados qual trapo sujo, usado, desnecessários
quero ver a beleza do amor
- quando desaprendermos a ler poesia e a nossa esperança desaparecer
quero ver a beleza do amor
- mordendo-nos
- morrendo-nos abraçados
aí enxergarei a beleza do amor e direi ao pé do teu ouvido, eu te amo

Oreny Júnior

Nú entorno

no
entorno
da
copa
das
árvores
um
outono
jazendo
um
verão
e

num
horizonte
um
inverno
anuncia
a
flor
que
virá
de
uma
primavera
entorno
no

Oreny Júnior