sexta-feira, julho 11, 2014

lábius

beijos soam nos lábios em batom com bola em lábios inferiores superiores lábios doce cor morango gelatinando no visgo viscoso desse mel de desejos sonhando no pau sonâmbulo em pêndulo entrincheirando seu vértice sua cova sua cava no curral dessa vaca babando o capim com sal do ébano de orpheu nu jardim onde os ratos sofejam a doce melodia da meia noite ratazanas desmaiam e amanhece o sol amarela o vermelhidão da noite anterior e a cidade cheira e não encontro os dormentes da linha férrea onde pudesse envenenar-me com os cogumelos úmidos que teimaram em renascer e marcar um novo encontro quando os lábios não mais se conheciam e as tetas não acendiam em ângulo reto mostrando o norte do cabaré da morte

Oreny Júnior

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