quinta-feira, agosto 18, 2011

cão

o meu cão
revira as últimas latas
em busca dos últimos ossos
que castigam sua velhice
o meu cão
perde seu olfato
como quem se perde
procurando seu norte
o meu cão
perde o brilho dos olhos
olhos de uma espera
que nunca acaba
eita dono vagabundo
o meu cão rasteja
nossa solidão
o meu cão
não mais uiva
como uiva ginsberg
em busca de trilhas
em estações esquecidas
bravo cão
seus latidos
são meus poemas
seus poemas
serão meus latidos

Oreny Júnior

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