segunda-feira, setembro 20, 2010

meu roçado

minhas lágrimas
escorrem como a manipuêra
escorre em caldo branco
caindo em sólidas féculas
nas arupemas do roçado
e assim vou cambaleando
com os chucalhos no pescoço
de roça em roça
como meieiro
ganhando aqui
perdendo aculá
num chove faz tempo
o céu nem anuncia
só trovoadas
no meu peito da saudade
e assim vou levando
a patativa nos meus versos
o gibão como sacola
e um versinho
dedilhado na viola
mas meu deus
não se esqueça deu não
eu tô aqui
nessa roça
sem fronteira
sem cumpade joão
nem mané valentin
vizinhos de cerca
somente a lembrança
de um quintal
chamado esperança...

Oreny Júnior

3 comentários:

  1. A saudade dói mas faz bem, pois nos faz rasgar o peito e puxar de dentro dele um punhado de versos.


    Um abraço poeta!

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  2. Ozinhoooooooooooo!!!! Adorei!!!! Gostei do poema viu..até me identifico..andando lá pelo leito do rio Açu com barriga roncando...rsssss
    Parabens!

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  3. Me fez lembra da minha roça...
    Ô saudade que doi...

    Mi Mathias

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